A história da Reforma Protestante faz 500 anos, isso é algo memorável que tem chamado a atenção de cristãos de variadas profissões de fé e também tem levado muitos escritores e pesquisadores a voltarem sua atenção para este tema e, principalmente, para a histórias de mulheres que foram imprescindíveis para que a Reforma Protestante pudesse acontecer. É justo e oportuno que se fale sobre as mulheres da Reforma, pois segundo Martin H. Jung1 “Sem o apoio das mulheres, a Reforma não teria acontecido”2. É notório que muitas mudanças na igreja e na sociedade ocorreram pelo movimento da Reforma encorajadas por Lutero. Mas é importante lembrar que Lutero não lutou sozinho, porém contou com a participação de homens e também de muitas mulheres para que a Reforma se tornasse realidade. 

Algumas dessas mulheres permanecem anônimas nos registros históricos, mas a contribuição dada por elas não foi menos importante; mulheres que contribuíram por meio de seu serviço dedicado, refletindo na vida de seus maridos e filhos, como exemplo, podemos citar Anna Reinhard, esposa de Zwínglio, que fora chamada por ele de “amada assistente”. Mulheres como a Duquesa Renée de Este que com sua influência e destemor contribuiu para que a Reforma chegasse à Itália. Outras como Olympia Morata que fora reconhecida como erudita cristã e através de seus escritos, composições e conhecimentos contribuíram para divulgar conteúdo da Reforma. É preciso citar ainda mulheres como Jeanne D’Alberte, rainha de Navarra, que com coragem e ousadia contribuiu com sua influência política e familiar para que a Reforma fosse expandida na França. 
Embora não haja muitos registros históricos sobre as mulheres atuantes na Reforma, sabemos que não fora pouca e nem mesmo irrelevante a participação delas que, ao seu modo e nas devidas proporções, foram indispensáveis instrumentos de Deus para que o movimento de Reforma Protestante avançasse alcançando, não só a Europa, como o mundo da época até aos nossos dias. 

O historiador Martin H. Jung tem a convicção de que a ausência de documentos históricos de relatos dos feitos das mulheres da Reforma, em contradição com a abundância relativa aos homens, dá-se pela imagem depreciativa que se tinha das mulheres na época. Isso pode sim ser uma verdade, porém é importante observar que, do pouco que tem sido escrito sobre a história das mulheres “reformadoras”, recebe um impulso forte a partir do movimento feminista, que as retrata como militantes dos direitos de igualdade com os homens, guerreiras insurgentes em um mundo masculino, dispostas a mudar o mundo. Feministas inovadoras de uma teologia que redefine a mulher em seu papel no lar, na sociedade e na religião. 

"Infelizmente, as suas histórias ficaram esquecidas, silenciadas e invisíveis. Foi com o movimento feminista, a partir dos anos 60 -70, que nasceu o interesse sobre a história das mulheres e seu cotidiano, e assim, também começou o processo de recuperação das histórias delas no movimento da Reformas". (Claudete Beise Ulrich)

Faz-se necessário, porém, olhar para a história das mulheres atuantes na Reforma, sem os óculos do feminismo, considerando ser esta uma ideologia não condizente com os princípios bíblicos,haja vista que a sua teoria esta baseada no empoderamento feminino, tirando da mulher a sua função  de parceira e auxiliadora estabelecida por Deus desde a criação (Gn 2.8). No entanto, para maior clareza, precisamos compreender o Feminismo e suas origens.

Texto do Livro: A Feminilidade Bíblica e a Esposa de Lutero - Valdecélia Martins

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